O que é Adimplemento Substancial?

O que é Adimplemento Substancial?

O adimplemento substancial é um conceito jurídico que se refere ao cumprimento parcial de uma obrigação contratual. De acordo com esse princípio, mesmo que uma parte não tenha cumprido integralmente suas obrigações, ela ainda pode ser considerada adimplente se tiver cumprido uma parte significativa do contrato. Esse conceito é importante para determinar se uma parte tem o direito de exigir o cumprimento integral do contrato ou se deve aceitar o cumprimento parcial como suficiente.

Princípios do Adimplemento Substancial

O adimplemento substancial é baseado em alguns princípios fundamentais. O primeiro deles é o princípio da boa-fé contratual, que exige que as partes ajam de forma honesta e justa durante a negociação e execução do contrato. Esse princípio implica que, se uma parte cumpriu a maior parte de suas obrigações, ela deve ser considerada adimplente, mesmo que tenha havido um descumprimento parcial.

O segundo princípio é o da proporcionalidade. De acordo com esse princípio, o adimplemento substancial deve ser avaliado levando em consideração a importância da obrigação não cumprida em relação ao contrato como um todo. Se a obrigação não cumprida for de menor importância em comparação com as demais obrigações, o adimplemento substancial pode ser aceito.

Exemplo de Adimplemento Substancial

Para entender melhor o conceito de adimplemento substancial, vamos considerar um exemplo prático. Suponha que duas partes celebraram um contrato de prestação de serviços de reforma de uma casa. O contrato estabelece que a parte contratada deve concluir a reforma em um prazo de 60 dias.

No entanto, após 60 dias, a parte contratada ainda não concluiu completamente a reforma. Ela realizou a maior parte do trabalho, mas faltam alguns detalhes, como a pintura de uma parede e a instalação de alguns acessórios. Nesse caso, podemos dizer que a parte contratada cumpriu substancialmente suas obrigações, uma vez que realizou a maior parte do trabalho.

Consequências do Adimplemento Substancial

Uma das principais consequências do adimplemento substancial é que a parte adimplente tem o direito de exigir o cumprimento das obrigações da outra parte. Isso significa que, mesmo que a outra parte não tenha cumprido integralmente suas obrigações, ela ainda pode ser obrigada a fazê-lo.

No entanto, o adimplemento substancial também pode ter outras consequências. Por exemplo, se uma parte cumpriu substancialmente suas obrigações, ela pode ter direito a receber uma compensação proporcional pelos danos causados pela outra parte. Além disso, se a parte adimplente sofreu prejuízos devido ao descumprimento parcial do contrato, ela pode ter o direito de rescindir o contrato e buscar indenização pelos danos sofridos.

Adimplemento Substancial e a Jurisprudência

O adimplemento substancial é um conceito que tem sido reconhecido pela jurisprudência brasileira. Os tribunais têm entendido que, em certas situações, o cumprimento parcial de uma obrigação pode ser considerado suficiente para que a parte seja considerada adimplente.

Por exemplo, em um caso julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), ficou estabelecido que, se uma construtora cumpriu substancialmente suas obrigações em um contrato de construção, ela tem o direito de receber o pagamento integral, mesmo que tenha havido um descumprimento parcial. Nesse caso, o tribunal entendeu que a construtora havia realizado a maior parte da obra e que o descumprimento parcial não justificava a recusa de pagamento.

Considerações Finais

O adimplemento substancial é um conceito importante no direito contratual brasileiro. Ele permite que uma parte seja considerada adimplente mesmo que não tenha cumprido integralmente suas obrigações. Esse conceito é baseado nos princípios da boa-fé contratual e da proporcionalidade. Além disso, o adimplemento substancial tem consequências significativas, como o direito de exigir o cumprimento das obrigações da outra parte e o direito a compensação proporcional pelos danos sofridos. Portanto, é essencial que advogados e profissionais do direito estejam familiarizados com esse conceito e suas implicações.

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